quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Pauta de Reivindicações apresentada e legitimada no CONSU



Universidade Federal de São João Del Rei
Campus Centro-Oeste Dona Lindu

PAUTA DE REIVINDICAÇÕES


Os discentes dos cursos de graduação em Enfermagem e Medicina da UFSJ, campus de Divinópolis, em greve desde o dia vinte e nove de outubro de dois mil e oito, definiram a seguinte pauta a ser apresentada ao Magnífico Reitor da UFSJ, Helvécio Luís Reis.

1. Para que o primeiro semestre letivo do ano de 2009 inicie, que nos seja garantido – com documentos assinados pelo Reitor – que as obras do 3º piso do campus em Divinópolis estarão finalizadas, os laboratórios montados e equipados, os novos professores e técnicos estejam contratados e capacitados, permitindo assim o pleno funcionamento dos espaços da Universidade, de acordo com uma nova proposta curricular;

2. Para que o segundo semestre letivo do ano de 2009 inicie, exigimos que nos seja garantido – com documentos assinados pelo Reitor – que os próximos prédios, sendo um deles com salas de aula e laboratórios e o outro com biblioteca e anfiteatro, estejam com as obras finalizadas, os laboratórios, biblioteca e anfiteatro montados e equipados, estruturados e com os técnicos para pleno funcionamento. É importante salientar que exigimos também rapidez e agilidade no estabelecimento de um convênio entre a Prefeitura de Divinópolis e a executiva da UFSJ no intuito de que haja a implementação do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) como um anexo do segundo prédio;

3. Pautando-se nas questões didático-pedagógicas, exigimos:

a) Os projetos curriculares a serem aprovados na próxima reunião do CONEP devem ser de caráter provisório, sendo possível que se possa implementá-los de acordo com as demandas dos cursos e levando em conta a inclusão e participação de novos professores na sua discussão;

b) Vinculação de um núcleo de apoio pedagógico ao corpo docente da instituição, com a inclusão no edital de contratação de professores, docentes com experiência em educação nas áreas de ensino de Enfermagem e ensino de Medicina;

c) Abertura imediata do edital de contratação de professores, com a intenção de organizar os colegiados dos cursos e formar um núcleo docente para estruturar e implementar uma nova proposta curricular;

4. Exigimos que a universidade formalizasse um pedido de consultorias externas para auxiliar na elaboração dos novos projetos curriculares. Os discentes nomeiam a ABEn (Associação Brasileira de Enfermagem) e ABEM (Associação Brasileira de Educação Médica) para prestarem esse auxílio;

Essa pauta foi discutida e aprovada por consenso pelos comselheiros do Conselho Universitário (CONSU) da UFSJ, órgão máximo da instituição, no dia 24 de novembro de 2008.

sábado, 22 de novembro de 2008

Uma Fábula

O colapso da expansão do Campus de Divinópolis sugere que os estudantes dessa instituição estão sendo deliberadamente enganados pela falsificação da realidade. Finalmente nossa majestade entra numa zona de perigo onde esta realidade implacavelmente reafirma-se a si própria, dissolvendo expectativas, e tudo o que resta é o odor azedo da fraude.

Este fracasso de expansão, foi baseado na idéia de que projetos não cumpridos poderiam ser transformados em dinheiro e vestidos com roupas respeitáveis — como apanhar todos os bêbados na periferia de São João, colocá-los em fatos de luxo e fazê-los passar por professores da Instituição. Foi uma vigarice claramente ridícula e o admirável é que
nossa instituição tenha escapado da regulamentação externa necessária — para não mencionar de simples decência e auto-contenção — em todas as etapas.

É realmente difícil relatar este impressionante fracasso de responsabilidades. O que aconteceu foi toda uma indústria que capitulou quanto aos seus padrões e normas que tinham no seu interior e lhe permitia funcionar no primeiro plano. Administradores da instituição cessaram de
exigir às empresas contratadas que se qualificassem para realizar os projetos; a corte da Nossa Majestade parou de se importar com o que mantinha de pé os papéis que emitiam; contratos e licitações foram empacotados e revendidos como barris de anchovas podres – em tais números que nenhuma fedorenta sardinha individual ficaria de fora – e os barris
foram comerciados para toda a linha de frente, alavancados, falsificados, burlados e trapaceados, até que, abracadabra, foram transformados em muitas construções de prédios, festas de inauguração de muito dinheiro, e muito prestígio político para nossa Majestade.

Isto funcionou para a corte de Nossa Majestade, para os trapaceiros da administração e para os executivos das pró-reitorias e os membros das suas administrações, e mesmo para os miseráveis analistas quantitativos que rastejam no amontoado de estatísticas oficiais. Isto funcionou até mesmo durante um período inteiro para estudantes seduzidos por propaganda feita em termos vergonhosamente falsos e ruinosos.

E agora? É fascinante ler os comentadores de jornais de nossa Majestade a pretenderem incansavelmente que “o pior já passou” (talvez... esperemos... dedos cruzados... ave Maria cheia de graça... et cetera). A ignorância seria divertida se não envolvesse um desastre. E agora? Devemos confrontar os donos do mercado com a tarefa de reconstruir instituições de ensino com atividades sérias, isto é, instituições reais baseadas no ensino de qualidade e público, ao invés dos fumos-e-espelhos de jogos trapaceiros como as finanças-Frankenstein. De fato, desculpe-me por comutar de metáforas mais uma vez, porque a história do Frankenstein – o novo Prometeu – ainda é outra narrativa adequada para informar-nos do que temos de fazer. Temos "brincado" com fogo perigoso e trouxemos à vida um monstro que agora pretende matar-nos. Uma pergunta que esta fábula-narrativa levanta: quando é que a multidão de estudantes raivosos assaltará o castelo com as suas tochas em chamas e gritará pelo sangue dos criadores deste monstro? De preferência em breve, penso. alvez, em alguns lugares (pode ser na nossa instituição), isto venha a assumir a forma mais ordeira dos processos sistemáticos, levando à justiça pessoas que perpetraram fraudes envolvendo a sopa de letras de "produtos" de investimento que azedou tantas contabilidades (e arruinou os sonhos dos estudantes). Penso que isto já começou com a deflagração da greve, mas há centenas de outras figuras como ele fora dali, que conseguiram bastante dinheiro em atividades que eram simplesmente grandes vigarices. Eu não ficaria surpreendido se, eventualmente, Nossa Majestade se encontrasse ele próprio no banco dos réus para responder como foi possível que, quando dirigia a instituição, houvesse se dedicado a vender a educação por interesses políticos que tão afanosamente despejava em tudo quanto era fundo de pensões sobre a terra.

Além dos processos ordenados, há a possibilidade de ações radicais. Não somos necessariamente imunes a isso aqui. Assim, a pergunta que pede mais uma vez para ser feita é: o que faremos nós? Como reorganizaremos o nosso movimento?

Mauro Costa

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Hahahaha....isso é que é piada boa!!!


Essa foto e mais algumas foram postadas no site da Universidade Federal de São João Del Rei no dia 20/11/2008, às 10:47:26, portanto, três semanas e um dia após o início da GREVE.
Essa é a prova de que a movimentação dos estudantes está surtindo efeito.
Em nenhum momento reclamamos do que temos e sim reivindicamos o que não temos. Esses manequins mostrados nas fotos (http://www.ufsj.edu.br/cadiv/lab_semiologia.php) nunca foram utilizados pelos estudantes do campus de Divinópolis. Temos conhecimento que eles são de última geração, são de alto custo e reconhecemos isso, mas gostaríamos que eles fossem disponibilizadis para as aulas serem ministradas com maior qualidade.

"O Laboratório de Técnicas e Procedimentos Médicos e de Enfermagem (Semiologia) é estruturado e equipado de modo a permitir estudos auto-dirigidos sob tutoria, consultoria ou monitoria, em áreas básicas e pré-clínicas da formação de médicos e enfermeiros. Com objetivo de facilitar a realização de procedimentos técnicos e a compreensão biológica do fenômeno saúde-adoecimento, essenciais à promoção, proteção e recuperação da saúde." Algo se desencontra da realidade e convido todos a perguntar a qualquer discente dos dois cursos se em algum momento, até o dia de hoje, teve contato e manipulou esses manequins.

"Os graduandos dos cursos de Enfermagem e de Medicina da UFSJ terão seu primeiro contato com essa disciplina no SEGUNDO SEMESTRE letivo. Será importante para que esses aprendam a avaliar o estado de saúde do indivíduo e obter subsídios teóricos e práticos do exame físico geral. Realizar verificação dos sinais vitais, obter dados antropométricos, oportunizar ao estudante a aproximação com as técnicas fundamentais do exame físico são alguns dos objetivos a serem atingidos." Nós, alunos em GREVE, já estaríamos terminando o segundo período, então porque ainda não estamos utilizando-os??? A verificação dos sinais vitais já foi ministrada pelos professores de semiologia, porém, os testes foram feitos de aluno em aluno, ou seja, os manequins não foram usados mais uma vez.

"Para o desenvolvimento das habilidades práticas destes alunos faz-se necessário o treinamento." Porque não foram disponibilizados treinamentos "para que o processo de aprendizagem ocorra de maneira natural e proveitosa"???

Os discentes dos cursos de Medicina e Enfermagem já pensam em adicionar na pauta de reivindicações o treinamento imediato para poderem utilizar o Laboratório de Técnicas e Procedimentos Médicos e de Enfermagem, já que estamos paralizados para melhorias nos cursos, e vemos nessa prática um grande ganho ao nosso aprendizado.

Para terminar, foi solicitado que informassem no site da UFSJ a GREVE dos estudantes de Divinópolis, porém, nada apareceu neste sítio da internet. Mas no mesmo dia desse pedido, foram postadas essas fotos, que além de mascarar a situação do Campus Centro-Oeste Dona Lindu, prova que a istituição utiliza de maneira parcial apenas para INFORMAR (como eles dizem ser o site) algo de seu interesse e tentando abafar o movimento grevista.

Será que somos tão poucos?

Os estudantes da UFSJ neste ano encontram-se cada vez mais mobilizados com o intuito de reivindicar uma universidade que tenha condições dignas de estudo. Entretanto, vemos que a reitoria curiosamente discute a resistência estudantil, com o ínfimo argumento que apenas algumas cabeças dirigem a opinião do alunado; diante da estrutura precária encontrada para os estudantes da UFSJ, será que nossa causa é defendida por tão poucos assim? Somos considerados poucos porque lutamos pela voz estudantil? Por desejarmos uma UFSJ referenciada socialmente? Por não sermos partidários do espírito individualista burguês, que não representa o que entendemos por democracia? Por sermos solidários pela causa popular? Por ter, como única ferramenta para que se faça valer um diálogo efetivo, a mobilização social? Porque queremos salas de aula? Porque lutamos por um Restaurante Universitário? Porque queremos mais laboratórios na UFSJ? Por sermos o único movimento estudantil no Brasil que dialoga democraticamente com a base dos estudantes?

Quem pode contestar que somos poucos? A reitoria, que inaugurou apressadamente um campus sem as mínimas condições para que os estudantes dos cursos de Farmácia, Medicina, Enfermagem e Bioquímica possam realizar o seu trabalho com dignidade? Que manipula o jornal da universidade, emitindo neste somente os “grandes feitos” da atual administração? Que prometeu uma assistência estudantil, com R.U e moradia para o primeiro semestre do ano que vem e certamente não irá cumpri-la ( é só perguntarem se há alguma pilastra levantada para a construção dos apartamentos e do nosso R.U aqui em algum local da cidade)?

Creio que a luta pela voz dos estudantes jamais foi tão reivindicada por estes na nossa instituição ; cada vez mais precisamos nos unir para sermos escutados; 2008 mostrou-nos que a batalha pela dignidade estudantil em 2009 será ainda maior; nosso interesse não tem rosto, não é de um ou dois, mas de todos aqueles que lutam por uma UFSJ popular.

André Luan Nunes Macedo

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Resultados


Nesta quarta-feira próxima, a GREVE dos estudantes de Enfermagem e Medicina da Universidade Federal de São João del Rei Campus Centro-Oeste Dona Lindu chega na sua terceira semana.
E agora iremos repassar algumas informações sobre o que a executiva da universidade já está providenciando para solucionar os problemas e sanar as reivindicações do alunado.
A obra do terceiro piso, que apesar de não ser em nenhum momento questionado em reivindicações dos alunos foi colocada em funcionamento. A licitação, que antes da GREVE não tinha sido citada, foi finalizada e a construtora contratada deu início às obras. Porém, trabalharam apenas dois dias e paralisaram novamente. Segundo informações as obras estariam paradas por falta de mão-de-obra. Portanto, nós estudantes da UFSJ Divinópolis convocamos todos os pedreiros e construtores para virem trabalhar no campus, precisa-se de muita gente e URGENTEMENTE.
A planta do próximo prédio não existia, falava-se em talvez dois novos prédios (palavras da vice-diretora do campus). Com a deflagração da GREVE, a planta do segundo prédio apareceu, mas somente como um orçamento. Segundo informações a licitação para sua construção sairá no início de dezembro.
Como a vice-diretora havia dito sobre um terceiro prédio, há alguns dias foi mostrado o esboço do que será a obra do terceiro prédio no campus.
Neste segundo prédio estão previstos 12 salas de aula e 6 laboratórios, entre eles o de anatomia que ainda não existe. No terceiro prédio será construída uma "ampla biblioteca e um moderno anfiteatro".
Sobre os currículos, foi contratada uma Profª da UFMG, Janete Ricas, de extrema competência em elaboração de projetos pedagógicos, para auxiliar na construção dos novos currículos de Medicina e Enfermagem. E neste momento eles estão sendo discutidos e logo estarão em pauta na reunião do CONEP (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão), responsável pela aprovações curriculares.
Portanto, vemos que com pressão política as coisas aparecem, não se tinha nada e de repente quase tudo que pedimos aparece.
Agora esperamos que a executiva da universidade venha até aos alunos esclarecer as soluções que estão sendo providenciadas e nos prove, com papéis assinados e se comprometendo a cumprir tudo que for negociado. Desde o começo do semestre muita coisa foi prometida aos alunos e infelizmente muita coisa não foi cumprida, portanto não estamos dispostos a apenas ouvir e acreditar nas palavras. Só negociaremos nosso retorno quando todas nossas reivindicações estiverem escritas e assinadas pela reitoria.


"Estudante que ousa lutar....constrói o poder popular!!!"

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Repasses de Brasília

No dia 11 de novembro de 2008 os alunos de Enfermagem e Medicina, juntamente com mais de 2,5 mil pessoas, participaram de um Ato Público em Defesa da Liberdade de Organização e Autonomia Sindical, e pela regularização imediata do registro sindical do ANDES-SN (Sindicato Nacional de Docentes do Ensino Superior). O protesto, que começou às 9 horas, em frente ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MP, e se deslocou até o Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, coloriu a Esplanada com guarda-chuvas estampados, cartazes e faixas de protesto.
Após o ato do ANDES-SN, os grevistas convocaram todas as pessoas ali presentes para participarem de uma caminhada até a porta do Ministério da Educação - MEC. Um grande número de pessoas, principalmente estudantes de diversas entidades do país, participou da nossa movimentação, gritando e manifestando por um ensino público de qualidade e pelo não sucateamento do ensino superior com uma expansão desordenada.
Além do protesto, discentes de Enfermagem e Medicina, divididos em comissões, reuniram-se com representantes do Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Conselho Nacional de Saúde e do legislativo nacional. Em uma dessas reuniões, foi-se prometido um encontro entre Ministério da Educação, reitoria e alunos com data a ser agendada. Estamos aguardando...
No mesmo dia os grevistas retornaram à Divinópolis, porém deixando um representante de enfermagem e três de medicina para participarem de reuniões e congressos.
De acordo com leis federais, a abertura de um curso de medicina só é aprovado mediante parecer favorável do Conselho Nacional de Saúde. Porém, somente após seis meses de funcionamento do curso de medicina em Divinópolis, a abertura do mesmo foi colocada em pauta na 191ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde, que se realizou nos dias 12 e 13 de novembro deste ano. Na reunião estiveram presentes a comissão de estudantes que permaneceu em Brasília e o magnífico reitor "Helvécio Rei Luiz", que inexplicavelmente, antes do início da reunião, solicitou aos conselheiros que fosse retirada de pauta a discussão sobre o parecer do curso de medicina da UFSJ. O seu pedido não foi acatado, todos os conselheiros se mostraram bastante insatisfeitos com a manifestação do reitor e após discussões sobre o assunto foi deliberado que se organizasse uma comissão especial para analisar (com possibilidade de averiguação in loco) e emitir um parecer mais detalhado acerca da situação do curso de medicina do Campus Dona Lindu.
Os representantes de medicina que permaneceram em Brasília participam a partir do dia 14 de novembro da ROEx/DENEM (Reunião dos Órgãos Executivos da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina). E o representante de enfermagem participa do CONEEnf (Congresso Nacional dos Estudantes de Enfermagem).

sábado, 8 de novembro de 2008

Eu vejo o futuro repetir o passado

"Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara

Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára

Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando uma agulha num palheiro

Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro"


SEM salas... SEM professores.. SEM laboratórios e + 100 VAGAS?



"Aspiro que o brilho das estrelas destrua o que aliena
E desperte o que hiberna em todo ser humano
Por milênios e milênios

Que o meu grito ecoe pelos corredores vazios
de uma escola em ruínas
E seja ouvido cada vez mais alto nos morros,
nos sertões e nos planaltos

Que a vida não seja simplesmente a espera da morte..."
(Djambê do Cerrado - Oração à Vida)


LULA, CUIDE DA REPUTAÇÃO DO NOME DA SUA MÃE! O CAMPUS DONA LINDU É UMA VERGONHA NACIONAL!!!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Assembléia com Reitor e Vice Reitora


Hoje, 05 de Novembro de 2008, as 9h30 do dia, demos início a uma Assembléia Geral com o Reitor da UFSJ Helvécio Luiz Reis e a Vice Reitora Valéria Heloísa Kemp. Contamos ainda com a presença do Diretor do Campus Dona Lindu Eduardo Sérgio Silva e alguns professores do mesmo.
O Magnífico Reitor disse que poderia ficar até as 11h, uma vez que teria um compromisso. Sabíamos que o tempo de uma hora e meia seria insuficiente para expor todas as nossas reivindicações e escutar o que ele tinha a nos dizer.
Nossos porta-vozes deram início à assembléia citando todos os órgãos que nos apóiam e lendo algumas monções de apoio. Em seguida foi explicado o porquê da visita do Professor Sigisfredo Brenelli ao campus e o que ele nos falou, havendo inclusive a apresentação de um vídeo com as falas por ele ditas. Tal vídeo enfatizava que o vestibular deveria ser cancelado e que o nosso campus não havia sido autorizado.
Um trecho do Edital do Processo Seletivo 2009 que dizia que o vestibular poderia ser cancelado e que editais complementares poderiam ser a ele acrescentados.
Mais uma vez foi ressaltado que nosso movimento não é contra a expansão, simplesmente queremos que ela seja feita com qualidade.
As questões dos laboratórios, herbário, novo prédio, terceiro andar, currículo, corpo docente, projeto político pedagógico e estágio foram questionadas. Todavia o tempo foi pequeno e tivemos que passar a palavra ao Reitor.
Este por sua vez já deu inicio a sua fala dizendo que ouviu atentamente todas as nossas avaliações. Porém ele se manteve a maior parte do tempo de cabeça baixa e em um momento que nos o questionamos ele nos surpreendeu com uma expressão de desatenção e disse “Acabou?”. Alem disso, ousou dizer que nossas avaliações, na sua maioria, são equivocadas, e as outras até possuem algum suporte.
Disse não compreender o porquê da visita do Brenelli, uma vez que o Reitor prima pela Autonomia da Universidade e não admite que órgãos externos interfiram na universidade. Disse que não sabe que acesso outra pessoa pode ter que o próprio Reitor não tenha.
Leu vários documentos, sendo que nos não temos acesso a vários deles. E esses mesmos nunca nos foram mostrados. Em algumas falas o Reitor de contradizia e os próprios documentos se contradiziam também.
Falou também que nos estamos nos preocupando com coisas que não cabe nem a nós e nem a ele. E que era “cada macaco no seu galho”.
Enfim, as falas do Reitor não mudaram em nada o que o nosso movimento reivindica.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Informativo da GREVE!!!


Os alunos da UFSJ que se encontram em greve estudantil desde o dia 29 de outubro de 2008 reivindicam aquilo que é mínimo para a ABERTURA de um curso. Neste informativo está claro que os cursos de Enfermagem, Farmácia e Medicina pedem algo que deveria ser obrigatório antes da liberação do MEC.
• De acordo com a Portaria nº 147, de 2 de fevereiro de 2007, temos:
Art. 2º Os pedidos de autorização de cursos de graduação em medicina que careçam de parecer favorável do Conselho Nacional de Saúde deverão ser instruídos com elementos específicos de avaliação, nos termos do art. 29 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, indicados em diligência da Secretaria de Educação Superior (SESu), com base no art. 31, § 1º, do Decreto nº 5.773, de 2006, que possam subsidiar a decisão administrativa em relação aos seguintes aspectos:
I — demonstração da relevância social, com base na demanda social e sua relação com a ampliação do acesso à educação superior, observados parâmetros de qualidade; (Apesar de Divinópolis se encaixar nessa demanda, esse levantamento não foi feito da maneira adequada).
II — demonstração da integração do curso com a gestão local e regional do Sistema Único de Saúde (SUS); (Infelizmente a universidade e a SEMUSA ainda não efetivaram a chamada Rede-Escola, que possibilita uma integração entre a comunidade, via PSFs, Hospitais, Pronto Socorro, e a instituição UFSJ).
III — comprovação da disponibilidade de hospital de ensino, próprio ou conveniado, por período mínimo de dez anos, com maioria de atendimentos pelo SUS; (Ainda não foi firmado nenhum convênio com algum hospital ou formalizado uma disponibilidade de verbas públicas para a construção de outro hospital em Divinópolis, para que a universidade coloque os alunos de Medicina e Enfermagem para seus períodos de internato).
IV — indicação da existência de um núcleo docente estruturante, responsável pela formulação do projeto pedagógico do curso, sua implementação e desenvolvimento, composto por professores:
a) com titulação em nível de pós-graduação stricto sensu;
b) contratados em regime de trabalho que assegure preferencialmente dedicação plena ao curso; e
c) com experiência docente.
(Nosso corpo docente é pequeno e formado por 2 efetivos e 5 substitutos; e além disso, não foram eles que elaboraram a proposta curricular. Portanto o projeto pedagógico não se baseia na realidade de Divinópolis, ele foi adquirido PRONTO da Universidade Federal de São Carlos e essas duas cidades não são nenhum um pouco parecidas em seus aspectos sócio-econômicos; de todos os professores aqui instalados, em Medicina apenas um está sob dedicação exclusiva; os professores em sua maioria não tem experiência como docentes, mas deixamos claro que são ótimos professores portanto, para maiores informações sobre essa avaliação para autorização de abertura dos cursos de medicina, dêem uma olhada no link abaixo e tirem suas conclusões:
http://www.inep.gov.br/download/superior/condicoesdeensino/Medicina_autorizacao.pdf

- De acordo com a RESOLUÇÃO CNE/CES Nº 4, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2001:
Art. 8º O projeto pedagógico do Curso de Graduação em Medicina deverá contemplar atividades complementares e as Instituições de Ensino Superior deverão criar mecanismos de aproveitamento de conhecimentos, adquiridos pelo estudante, mediante estudos e práticas independentes, presenciais e/ou à distância, a saber: monitorias e estágios; programas de iniciação científica; programas de extensão; estudos complementares e cursos realizados em outras áreas afins. (No campus de Divinópolis não existe nenhum projeto de iniciação científica para os cursos de Medicina e Enfermagem, nem de extensão e muito menos de estudos complementares).
Art. 9º O Curso de Graduação em Medicina deve ter um projeto pedagógico, construído coletivamente, centrado no aluno como sujeito da aprendizagem e apoiado no professor como facilitador e mediador do processo ensino-aprendizagem. Este projeto pedagógico deverá buscar a formação integral e adequada do estudante por meio de uma articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão/assistência. (Já disse que o nosso projeto pedagógico foi adquirido pronto, portanto ele não foi elaborado com o intuito de ajudar a cidade, pelo contrario ela pode até prejudicar, pois não prevê nada para a assistência à comunidade).
Art. 10. As Diretrizes Curriculares e o Projeto Pedagógico devem orientar o Currículo do Curso de Graduação em Medicina para um perfil acadêmico e profissional do egresso. Este currículo deverá contribuir, também, para a compreensão, interpretação, preservação, reforço, fomento e difusão das culturas nacionais e regionais, internacionais e históricas, em um contexto de pluralismo e diversidade cultural.

De acordo com SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR – SINAES, de 14 de março de 2008, que trata e define a autorização de abertura dos cursos de graduação no Brasil. O curso de Medicina possui um instrumento de avaliação próprio de avaliação e os demais cursos apresenta um instrumento para cursos de bacharelado e licenciatura, porém todos definem praticamente as mesmas diretrizes. Os pilares que sustentam esses instrumentos são os mesmos para todos os cursos: organização didático-pedagógica, corpo docente e instalações físicas.
O referido instrumento para avaliação dos cursos de graduação (bacharelado ou licenciatura) define assim seus objetivos: “O presente instrumento destina-se à avaliação das condições iniciais necessárias para a autorização dos Cursos de graduação em Medicina, Direito, Bacharelados e Licenciaturas, cujo resultado servirá de referencial básico para decisão das instâncias regulatórias. Foi elaborado pela Secretaria de Educação Superior e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira de acordo com as Diretrizes Curriculares nacionais estabelecidas considerando a política de expansão específica do Ministério da Educação e as contribuições apresentadas pelo Ministério da Saúde e por especialistas de ensino de Medicina.”
Após uma análise superficial e leiga sobre as necessidades mínimas para se autorizarem os cursos presentes no campus Centro-Oeste Dona Lindu da Universidade Federal de São João Del Rei pode-se concluir que a realidade da instituição não condiz adequadamente com o instrumento referido acima. Portanto, essa avaliação não foi devidamente realizada e hoje a realidade dos cursos mostra que isso dificultou muito o andamento ideal das atividades. O resultado foi uma mobilização dos estudantes para tentar mudar a situação precária instaurada e, em Assembléia Geral Extraordinária, realizada no dia vinte e quatro de outubro de dois mil e oito, os discentes presentes decidiram paralisar suas atividades estudantis, ou seja, entrar em GREVE, até que nossas reivindicações sejam atendidas. É importante salientar que não somos contra a universalização do acesso ao ensino superior, ou seja, nosso manifesto busca reivindicar condições dignas que proporcionem uma graduação qualificada para todos.
Por fim, gostaríamos de agradecer a toda população da cidade de Divinópolis, a qual nos recebeu de braços abertos e que, sem dúvida, deposita nesses discentes toda uma esperança de um dia transformar essa macro região em uma das maiores referências em saúde do país. Portanto, nossa intenção não é impedir a entrada de novos alunos na instituição, mesmo parecendo discurso político, a idéia de todos os discentes do campus é não deixar que os novos alunos passem pela mesma experiência traumática que estamos passando. Queremos que os próximos aprovados tenham condições dignas de ensino, direito de todos neste país.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Documento duvidoso!!?


Ontem fomos à Câmara onde nos foi entregue um documento como resposta às nossas reivindicações, o qual foi analisado, juntamente com membros do DCE de São João Del Rei. Após a leitura de tal documento, ficou constatado que este era apenas uma estratégia para tentar uma resolução imediata, porém, além de não contemplar soluções para todas as pautas de reivindicações, dava soluções vagas e imprecisas aos tópicos abordados. Mandamos um ofício ao reitor Helvécio solicitando sua presença em caráter de urgência.
Desde já, agradecemos o apoio do DA de medicina da UFU, DCE da UFU, curso de psicologia da UFSJ, DCE da UFJF e DCE da Unifesp.

http://br.youtube.com/watch?v=nvsqm6ikHLc

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Manifesto Unificado

Manifesto unificado da UFSJ Campus Centro-oeste Dona Lindu

Diante das incertezas de uma formação acadêmica condizente com as exigências do mercado profissional e, principalmente, devido à possibilidade de não nos tornarmos aptos a contribuir com a melhoria da saúde do país, os discentes dos cursos de Enfermagem, Farmácia e Medicina da Universidade Federal de São João Del Rei - campus centro-oeste Dona Lindu comunicam que todas as atividades estudantis estão paralisadas desde a zero hora do dia trinta e um de outubro de dois mil e oito. Infelizmente, fomos obrigados a tomar essa atitude drástica, visto que as diretrizes mínimas para a abertura e funcionamento de tais cursos não estão sendo cumpridas.

Mesmo enfrentando extremas dificuldades ao longo do primeiro semestre, acreditávamos que, por sermos as primeiras turmas de um novo campus, os graves problemas enfrentados seriam solucionados em um período curto de tempo. No entanto, a continuidade das precárias condições de infra-estrutura, a presença de um corpo docente extremamente reduzido e, sobretudo para os cursos de Enfermagem e Medicina, a tentativa de implementação de um currículo que não só desconsidera as limitações físicas e técnicas da região, mas que também ignora a ausência de uma rede-escola consolidada evidenciam que tal expectativa não se concretizará imediatamente. Além disso, as falsas promessas da reitoria para equacionar todas essas dificuldades e a duplicação do número de vagas para os próximos vestibulares (sem antes resolver os entraves que limitam um aprendizado de excelência) retratam a forma negligente de como o ensino superior é abordado no Brasil. Com essa atitude, fica evidente que tal expansão universitária não leva em consideração a qualidade do ensino. Assim, não é difícil concluir que esse ato irresponsável, brevemente, conduzirá as universidades federais ao total sucateamento. Por todos esses fatores e após inúmeras tentativas de acordo, não nos restou alternativa a não ser recorrer a um dos direitos mais democráticos da nossa constituição: a Greve. É importante salientar que não somos contra a universalização do acesso ao ensino superior, ou seja, nosso manifesto busca reivindicar condições dignas que proporcionem uma graduação qualificada para todos.

Temos convicção que a executiva da Universidade Federal de São João Del Rei reconhecerá o equívoco de suas atitudes e, rapidamente, disponibilizará os recursos e requisitos mínimos determinados pelo ministério da educação e cultura para o pleno funcionamento das escolas de Enfermagem e de Medicina. Deve-se acrescentar que tal greve se deu em função de uma falta de diálogo efetivo entre as partes envolvidas.

Por se tratar de um ato extremo e de enorme desgaste para todos os lados, devemos trabalhar incessantemente para que esse tipo de medida não se faça necessária novamente. É importante enfatizar que todas as manifestações realizadas, pelos estudantes, em prol de uma educação digna são totalmente pacíficas e dentro das leis que regem a constituição desse país. Os poucos que tentam desqualificar a nossa causa podem estar certos que as acusações evasivas e falsas orquestradas contra nós não dispersarão tal movimento e, muito menos, influenciará o esclarecido povo de Divinópolis, o qual sabe que a educação é um direito de todos e um dever do Estado.

Por fim, gostaríamos de agradecer a toda população da cidade de Divinópolis, a qual nos recebeu de braços abertos e que, sem dúvida, deposita nesses discentes toda uma esperança de um dia transformar essa macro região em uma das maiores referências em saúde do país.

Obrigado a todos aqueles que confiam e acreditam em nossa causa.

Elaborado pelos Discentes da UFSJ Campus Centro-oeste Dona Lindu.

Divinópolis, 3 de Novembro de 2008

sábado, 1 de novembro de 2008

Apoios!!!


Ao longo da semana recebemos muitos apoios ao nosso movimento. O DCE da UFMG, UFV, UFU, UFSJ campus de São João Del Rei, UFSJ campus Alto Paraopeba, UFRJ, UFG, UnB, UFPI, UFRGS, UFVJM, DAMAR (DA de Enfermagem da UFMG), DATEM (DA de Enfermagem da PUC-Betim), DAICB (DA do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG), DA Martin Cyprien (Funedi/UEMG), DA de Medicina da UFU, ABEEF (Associação Brasileira de Estudantes de Engenharia Florestal), DAIGC (Instituto de Geociências da UFMG), DA de Engenharia da UFMG, DATO (DA da Terapia Ocupacional da UFMG), FEAB, ABEENF, ENEBIO, ExNEEF, Conselho Municipal de Saúde de Divinópolis, Brenelli (Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde - Ministério da Saúde).
Na visita de Brenelli nessa quinta-feira ele afirmou que o campus realmente não comportaria mais alunos agora, sendo a favor do cancelamento do vestibular 2009, e que esse campus realmente NÃO poderia ter sido aberto.
Pessoas que sabem realmente qual é a nossa causa, o porque de nossa Luta, não pensa duas vezes se deve ou não aderir. Por um ensino de Qualidade sim vamos lutar. Pelo não sucateamento de Universidades Federais. Para que o meu dinheiro e o seu dinheiro seja bem investido e não seja destinado mais a máscaras para iludir a população. Não somos contra a universalização para todos, acho que já deixamos isso claro, só queremos que seja uma coisa bem feita. O campus Divinópolis deveria sim ser aberto, mas não na data que foi. Talvez um ou dois anos para frente, só assim seria algo planejado, bem feito, visando um bom ensino. O que tivemos foi uma jogada política, não poderíamos esperar outra coisa de uma universidade aberta em ano político? Bem, aqui sim o jornalista poderia nos chamar de imaturos.
Essa foto colocada no dia de hoje é do nosso terceiro andar que foi prometido estar pronto em agosto, quando voltássemos de férias. Agora a nova promessa é de que esteja pronto no final do ano. Vamos ver, aliás já pagamos caro para ver.